Entrevista com Glauco Cavalcanti
05/05/2014
Voto útil? Segundo turno?
02/09/2014

O fenômeno Marina Silva me faz lembrar a surra dos 7 x 1 que levamos da Alemanha.
A turma do PT e do PSDB estão tão atônitos quanto ficou a equipe brasileira naquele dia. Só que, nas eleições, ainda está 3 x 0 mas pode chegar a 9 x 0 pior (ou melhor, dependendo do ponto de vista), Marina pode levar no primeiro turno. No segundo, suas chances estarão próximas dos 100%. Ela trouxe o molho que faltava às eleições. Trouxe emoção. Não basta você estar convencido somente no plano da razão, é o que se sabe no mundo do marketing, da persuasão. Os eleitores do PT e do PSDB estão convencidos, no plano da razão. Mas para ganhar uma eleição é preciso combinar razão com emoção.

Dilma e Aécio convencem aos seus respectivos eleitores mas em nada emocionam. A primeira, além de antipática, sofre o desgaste natural dos três mandatos do seu partido acrescido dos seus enormes equívocos gerencias, atributo que ela, teoricamente, tinha de melhor. Aécio tem como base de “apoio” um partido ainda arraigado à velha disputa SP x MG, com cara de classe média. Além de neto de Tancredo Neves, é somente lembrado por ter tido a competência de escolher e delegar uma boa equipe o que permitiu dois, muito bem avaliados governos em MG. O interessante é que mesmo sendo tudo que é percebido como novo estar mais para “cavalo de partida do que para cavalo de chegada” – como diriam os entendidos em corridas de cavalo – no caso dela, este ditado não se aplica. Apesar de sua voz esganiçada e de sua aparência, nada similar aos arquétipos de beleza, ela entrou no páreo quase que na sua reta final. Se Nelson Rodrigues fosse vivo diria que foi obra do “Sobrenatural de Almeida”. Outros falam que sua fala é coerente e quase “messiânica”. Que sua candidatura e vitória está “escrito nas estrelas”. Ainda que concorde com o que tem dito o Aécio: a complexidade do Brasil não é apropriada para amadores, os “titulares” que disputam esta eleição não empolgavam nem empolgam, ninguém. É esperar para ver o certame eleitoral e, principalmente, o que estará por vir
no próximo governo caso está tendência se confirme.

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