Ontem (12 de agosto) na reunião mensal da Vistage assisti uma, muito interessante, palestra do meu amigo Juca Colagrossi, com quem tive o prazer de trabalhar e tornar-me seu amigo, no final da década dos anos 80 e início dos anos 90. Exatamente aquele período que coincide com a ascensão e queda do Collor. Ele tem uma larga experiência enquanto executivo e tem a política no sangue. É filho do saudoso José Colagrossi Filho, um dos craques da política que nosso Estado do Rio de Janeiro, teve.
Ao final de sua fala, quando o grupo já trocava ideias sobre a crise atual, surgiu uma analogia interessantíssima entre a pessoa de nossa “ilustre” Presidente Dilma e o filme –“The Front” – “Testa de Ferro por Acaso” de Woody Allen, de 1976.
Neste filme, Woody Allen interpreta um caixa de restaurante que, após seu amigo ter entrado para a lista negra do McCarthismo, fazendo com que ninguém mais lhe oferecesse trabalho, é transformado em “testa de ferro” e passa a assinar seus roteiros.
Já um sucesso na mídia, consequência da excelente qualidade dos filmes supostamente feitos por ele, cresce e começa a querer, não somente, elevar sua participação financeira nos resultados dos filmes mas sobretudo, alterar os roteiros feitos pelo amigo, para que ele somente os assinasse.
O interessante dessa história é a semelhança com aquilo que vivenciamos hoje no Brasil. Nossa Presidente foi escolhida como Poste (Testa de Ferro) da estrela maior do PT – Lula. Até, o meio de seu primeiro mandato, somente assinava o roteiro que lhe passavam.
Ou seja, cumpria à risca o que diziam para que ela fizesse. Esta era a sua função. É verdade que já àquela altura, o roteiro não era dos melhores.
Na medida em que os mensalões de nossa atual república começaram a brotar em profusão, as lideranças que lhe davam suporte foram se desidratando. Exatamente aquelas que escreviam os roteiros para que ela os assinasse.
A partir deste momento, que coincide mais ou menos com a metade do seu primeiro mandato, ela foi se imbuindo de um sentimento genuinamente presidencial. Então, na qualidade de verdadeira Presidente, eleita por seus próprios méritos, começou a escrever o seu próprio roteiro.
O resto, da história, não precisa contar. Todos vocês conhecem. É o filme que vivemos atualmente. É a “vida copiando a arte”.